Café e diabetes tipo II
Diversos estudos epidemiológicos têm sido realizados em todo o mundo com o intuito de verificar a associação entre o consumo de café e o risco de desenvolvimento de diabetes tipo II. De um modo geral, a maioria das investigações indica que indivíduos que consomem pelo menos 4 a 5 xícaras de café por dia parecem estar sujeitos a um risco significativamente inferior de desenvolver diabetes tipo II, quando comparados com indivíduos que consomem 2 xícaras ou menos.
O fato do consumo de café descafeinado estar igualmente associado a um menor risco de desenvolvimento desta doença e, simultaneamente, a menores concentrações do peptídeo C em jejum (indicando uma melhoria da sensibilidade à insulina) sugere que outros constituintes do café, em alternativa à cafeína, deverão ser responsáveis por esses efeitos benéficos. De fato, em estudos realizados em ratos, o consumo de ácidos cloro gênicos e produtos de sua degradação durante a torra provocam uma diminuição da concentração de glicose e um aumento da sensibilidade à insulina, respectivamente. Diversos mecanismos de ação dos ácidos cloro gênicos têm sido estudados, em animais e in vitro, com o objetivo de clarificar os seus efeitos benéficos no metabolismo da glicose, entre os quais: redução da absorção de glicose no intestino (inibição da glicose-6-fosfato transcolasse 1); aumento subsequente dos níveis de peptídeo-1 semelhante ao glucagon; redução da libertação da glicose hepática (por inibição da glicose-6-fosfatase); efeito antioxidante, uma vez que o stress oxidativo desempenha um papel no desenvolvimento de resistência à insulina e diabetes tipo II; ação quelante de metais, modificando a composição mineral dos tecidos e melhorando a tolerância à glicose (ex: aumento das concentrações de magnésio no fígado); e inibição da formação de compostos N-nitrosos no trato gastrointestinal, que seriam tóxicos para as células beta do pâncreas.
Café e cálculos renais
Foi verificada uma associação inversa entre o consumo de café e a presença de cálculos renais num estudo de caso controle. Dois estudos de corte posteriores vieram apoiar essa observação, tendo-se verificado uma diminuição do risco de desenvolvimento de cálculos renais em 10 e 9%, com o consumo diário de 240 ml de café ou descafeinado, respectivamente.
Fonte ABIC
https://www.abic.com.br/tudo-de-cafe/cafe-e-metabolismo/
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